segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A aparência do amor


"Pode-se prometer atos, mas não sentimentos; pois estes são involuntários.

Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer atos que normalmente são consequência do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato.

A promessa de sempre amar alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, demonstrarei com atos o meu amor; se eu não mais te amar, continuarei praticando esses mesmos atos, ainda que por outros motivos: de modo que na cabeça de nossos semelhantes permanece a ilusão de que o amor é imutável e sempre o mesmo.

Portanto, prometemos a continuidade da aparência do amor quando, se cegar a nós mesmos, juramos a alguém amor eterno."
[Friedrich Nietzsche]

Ah, quantos corações seriam poupados se tivéssemos consciência disso... Se assim for, que a promessa seja consciente, que os atos sejam verdadeiros e as palavras, suaves.

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