sábado, 30 de janeiro de 2010


"(...), não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só..."
[Florbela Espanca]

Repito e transcrevo as palavras de outra pessoa porque mais uma vez elas se fazem valer em mim... Mais uma vez o céu se faz escuro sobre mim... Não, na verdade, mais uma vez a escuridão das esperanças vazias e de meus olhos secos pelo cansaço torna o céu escuro para mim. Mais uma vez não há palavras minhas a serem ditas nem lágrimas a serem derramadas, porque tudo seria muito igual... Como quem desesperadamente vive o mesmo momento e sente a cada segundo o mesmo gosto salgado na boca, tentando agarrar-se às memórias que se desfazem em meio à solidão que se eleva. Na verdade, mais uma vez não há nada.