terça-feira, 27 de julho de 2010

Enquanto você dormia

Acabei de assistir a essa comédia romântica (não pela primeira vez) e me deu uma vontade enorme de escrever sobre ela.

A história é, basicamente, a seguinte: Lucy (Sandra Bullock) trabalha em uma estação de trem vendendo bilhetes. Em um de seus expedientes, ela vê um belo homem (Peter Gallagher) e (tipicamente) se apaixona à primeira vista por ele.

Poucos meses depois, esse mesmo desconhecido sofre um acidente na (então deserta) estação e cai nos trilhos do trem. Lucy o salva e, já no hospital, uma enfermeira acredita ser ela noiva dele. A família dele chega ao local e recebe, nada mais, nada menos, a notícia de que fora salvo por sua noiva. Surpresas para lá, exclamações para cá, a garota não consegue contar a eles que tudo não passou de um mal entendido.

A família, acreditando ser Lucy a futura esposa de Peter, acolhe-a imensamente bem, e a garota solitária, que perdeu os pais há tempos e não convive com os demais parentes, passa a querer, cada vez mais, fazer parte de tudo aquilo: ela já não quer contar a verdade.

A história se desenrola (com Peter em coma) e em um belo dia Lucy conhece Jack (Bill Pullman), irmão de seu “noivo”, e como já era de se esperar, ela se apaixona por ele.

O que já era complicado fica ainda mais desesperador para a garota quando Peter acorda e (é claro) não faz a mínima idéia de quem ela seja.

O fim? É claro que eu não vou contar.

Ok. Tudo bem. Talvez o filme não tenha o roteiro mais brilhante e imprevisível de todos os tempos, mas, com todos os seus lugares comuns (inerentes ao gênero), ele conseguiu ser encantador.

Seja pela garota solitária que tem como parente mais próximo seu gato, seja pelo comportamento da família de Peter, ou pelos inúmeros imprevistos e acasos que acabam por corroborar com toda a farsa, o filme é cativante (ou, como me disseram: “é água com açúcar, mas é gostoso de ver”) e realmente nos envolve sem precisar usar de todos aqueles artifícios e master exageros das comédias românticas atuais (aliás, While you were sleeping – título original – é de 1995).

Outro ponto positivo: essa é uma das poucas comédias românticas em que eu realmente ri.

Então é isso aí: se você está em casa querendo ver um bom filme do gênero, meu voto é para este.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Carta [perdida] de uma garota a ela mesma



O tempo tem me ensinado muitas coisas. Ele me ensinou que caminhar sozinha pode ser necessário às vezes e que uma vez que nos acostumamos a isso, de uma forma ou de outra, estaremos sempre sós.

Às vezes essa solidão nos é imposta por nós mesmos ao renunciarmos à companhia de alguém que estava disposto a seguir a nossa jornada conosco, sem saber que cada um tem uma jornada e que estar junto não é trilhar a jornada do outro.

Ele me ensinou também que muitas vezes não sabemos amar. Porque nos dizem que para amar precisamos nos entregar por completo a outra pessoa, mas eu não sei se consigo me entregar completamente a alguém, a não ser a mim mesma e a todas as indagações com as quais tenho, dolorosamente, traçado meu caminho.

Mais do que isso, aprendi, nesses últimos meses, que não importa quão confortável seja a prisão em que nos colocam, ou na qual, tantas vezes, colocamo-nos pelos mais diversos motivos. Essa prisão pode ser uma idéia, um lugar, um costume, uma pessoa ou um sentimento, pode ser, e geralmente é, cômoda, mas será sempre uma prisão. Não importa nada que possam me oferecer se as portas estão sempre trancadas. As portas estão sempre trancadas e meu coração precisa desesperadamente voar...

** [Alguns anos e algumas Bárbaras atrás]

Obs.: A imagem [perfeita] foi retirada do link: http://carmelly.deviantart.com/art/wonderland-come-to-us-171328836?q=boost:popular+in:photography/people/portraits+max_age:8h&qo=56