terça-feira, 13 de outubro de 2009

Que diferença você faz?



De acordo com definição oferecida pela ONU, “voluntário é toda pessoa que, devido ao seu interesse pessoal, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou em outros campos.

Sou grande adepta do trabalho voluntário. Infelizmente, esse tipo de atividade ainda não é tão comum aqui no Brasil, nem tão difundida quanto poderia e deveria ser. Talvez grande parte das pessoas nem estejam interessadas, mas, ainda assim, a propaganda e o incentivo deveriam ser maiores, até mesmo para mudar algumas idéias que as pessoas tem sobre o tema.

Quando converso com as pessoas sobre esse assunto, deparo-me com dois empecilhos (desculpas?) comuns: “Ah, eu tenho muita vontade de participar, mas não tenho tempo...” e “Mas onde eu poderia fazer esse tipo de trabalho?”.

O primeiro é mais difícil de lidar, porque envolve fatores pessoais e depende do que cada um coloca para si como prioridade. O dia-a-dia é sempre corrido, os compromissos são inúmeros e os momentos de folga nos parecem cada vez mais escassos. Mas... Será que uma horinha (ou duas) por semana faria tanta diferença? Na verdade, faz sim. Faz toda a diferença passar uma hora ajudando alguém, seja ensinando algo àquela pessoa, cuidando dela, seja fazendo-a sorrir. Faz toda a diferença para aquela pessoa, e faz uma diferença ainda maior para quem ajuda. Porque, por experiência própria posso dizer, em se tratando de ajudar os outros, nós acabamos sendo os maiores beneficiados.

Bem, o que eu quero mesmo dizer é que o dia-a-dia será sempre corrido, mas, havendo vontade, nenhuma correria deveria nos impedir de fazer algo bom por alguém, colocar em prática nossos ideais. Nada deveria ser um empecilho para que nós nos doássemos um pouco.

O segundo empecilho, por sua vez, é mais facilmente solucionado, já que, nos dias de hoje, cada vez mais instituições abrem suas portas ao voluntariado.

A simples busca dos termos “trabalho voluntário” no google resulta em 658.000 resultados, aproximadamente. Dentre eles, merece menção o portal do voluntário, no qual o interessado faz o cadastro e tem acesso às “ações” que estão cadastradas, podendo, inclusive, fazer uma busca por categorias (como, por ex.: cidadania, consumo sustentável, precisa-se de voluntários, precisa-se de doações, etc.). Para quem é de São Paulo, vale a pena conferir este site.

Se, por outro lado, você não tem disponibilidade certa e não pode (ou quer) assumir um compromisso a longo prazo, é melhor evitar trabalhos voluntários que exijam tais características. Isso porque o trabalho é voluntário, mas, ainda assim, é trabalho, e não há nada pior que alguém que se disponibiliza para algo e depois desaparece, deixando na mão aqueles que contaram com ele.

Nesses casos, que tal fazer uma(s) visita(s) a instituições de caridade e/ou hospitais? Esses lugares, via de regra, aceitam receber pessoas interessadas em conversar, brincar, dar um pouco de atenção e alegria a seus pacientes. Essas visitas podem acontecer semanalmente, de quinze em quinze dias, uma vez por mês ou quando você quiser, basta avisar. É uma atividade muito bacana, porque muitas das pessoas que estão nesses lugares sinceramente acreditam que foram esquecidas pelos outros (e quantas realmente não foram?), e, quando percebem que há alguém que, mesmo sem conhecê-las, se importa com elas, é como se elas renascessem no sorriso que nos oferecem em retorno.

Recentemente descobri que é possível até mesmo ser um “voluntário online” (online volunteering), um programa (muito bem bolado) desenvolvido pela ONU. Como funciona? Após o registro, o usuário pode buscar oportunidades de trabalho voluntário de acordo com a sua preferência, podendo até mesmo criar “marcadores”, assim, sempre que uma oportunidade com aquelas características surgir, ele será avisado por e-mail.

As oportunidades se relacionam a traduções de documentos, pesquisas, auxílio no gerenciamento, enfim, coisas que você pode fazer do seu próprio computador. Na especificação de cada oportunidade, o usuário recebe informações relativas à duração daquele trabalho voluntário, à disponibilidade semanal (em horas) que lhe é requerida e ao número de voluntários que serão selecionados. Se estiver interessado, ele se candidata e responde um questionário (que contém perguntas como: qual a importância do trabalho voluntário para você e porque aquela oportunidade te interessa). Decorrido certo tempo, ele será comunicado sobre o resultado da seleção. Achei esse programa muito bom, o único contra é que o interessado tem, necessariamente, que saber inglês, espanhol ou francês, que são as línguas em que o site está disponível.

Outro exemplo de trabalho voluntário disponível é no Greenpeace. Atualmente, essa ONG possui grupos de voluntários em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Manaus e Belém. Para ser sincera, não estou muito familiarizada com o processo seletivo dos outros estados, mas aqui em Belo Horizonte as seleções ocorrem, via de regra, pelo menos duas vezes ao ano.

Vale esclarecer: o voluntário não é, necessariamente, o ativista! Muito do papel do volunta consiste em levar informação à população, conversando com pessoas nas ruas, em eventos... Para quem quiser saber mais do grupo de voluntas de B.H. (do qual sou parte há três anos), é só clicar aqui.

Como vocês podem ver, oportunidades não faltam e é possível encontrar uma maneira de ajudar que é perfeita para as suas habilidades e disponibilidade. Basta querer.

Um comentário:

  1. Olá, Bárbara...
    Nossa...bacana seu blog...
    Conhecia não, parabéns...
    Qnto ao post...muito legal o texto sobre voluntariado...
    E, como já disseram, "O trabalho é voluntário, o compromisso assumido não!"...
    Beijos e até mais...

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