domingo, 15 de maio de 2011

Once

Eu amo filmes. Na verdade, quem acompanha o blog já deve ter percebido que amo filmes quase tanto quanto livros.

Numa busca constante por (bons) filmes para assistir, percebi que os típicos longas hollywoodianos já não me satisfazem mais. Não que não sejam divertidos ou interessantes, são sim, mas hoje me chamam mais a atenção os filmes com menos efeitos especiais, menos explosões, menos clichês e até mesmo, menos “felizes para sempre”.

Hoje vejo que um filme, um bom filme, tem que ter algo a mais do que... Bem, todos os outros. E esse algo a mais, acreditem ou não, costuma ser a simplicidade.

Então é isso, nessa busca por “outros” filmes, fiz ótimas descobertas, como “Eterno Amor”, “O mesmo amor, a mesma chuva”, “O filho da noiva”, e, finalmente Once, ou Apenas uma vez.

Once conta a história de um jovem (Glen Hansard – vocalista da banda The Frames) que, para ganhar uns trocados, tocava e cantava nas ruas de Dublin em suas horas vagas. Em uma noite, uma garota tcheca (Marketá Irglová) pára para ouvir suas músicas e, num diálogo um pouco inusitado, eles combinam um encontro no dia seguinte para que ele conserte o aspirador de pó dela (“principal” ocupação dele).

Com o encontro, descobrem que a paixão pela música existe em ambos e é essa paixão que os aproxima cada vez mais, a ponto de chegarem a fazer parte do cotidiano um do outro.

Se é um musical? Não sei, porque foge completamente ao estilo “faça tudo cantando”. Melhor seria dizer que o foco do filme é a música, que permeia o relacionamento deles de todas as formas e em praticamente todos os momentos.

O romance entre os protagonistas inominados (aliás, muito interessante essa técnica, não dar um nome a um personagem, para que ele possa ser qualquer um) é inserido de forma muito sutil, o que deixa tudo ainda mais real.

Mas esse romance nunca se realiza, ou melhor, se concretiza: ela tem uma filha, é casada e mora com a mãe; ele tinha um relacionamento mal resolvido com uma garota na Inglaterra. É um querer consciente de suas limitações, mas ainda assim tão bonito, tão doce, que chega a deixar uma pontinha de tristeza na gente, mas é uma tristeza que não pesa.

Além do ótimo e simples roteiro, o filme deixa de presente uma trilha sonora maravilhosa, que não consigo parar de ouvir.

Então é isso: se você quer um filme que vale a pena ser visto em qualquer momento, o meu voto com certeza vai para este.

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